Alunos do
curso de Biologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs)
realizaram um protesto nesta segunda-feira (11/9), para chamar a atenção dos
outros estudantes e da administração da universidade para um suposto caso de
assédio sexual que ocorreu no campus, envolvendo uma aluna e um professor do
curso.
“Esta
mobilização começou hoje [segunda] por volta das 7h da manhã, e não tem
previsão para encerrar. Iremos ficar aqui, até que tenhamos uma resposta da
reitoria. Infelizmente, aconteceu um caso de assédio sexual envolvendo um
professor, e nós estamos aqui querendo a substituição, para que isso não venha
a acontecer novamente, tanto que depois do ocorrido, a vítima não está mais
frequentando as aulas teóricas que este professor ministra”, relatou um
estudante que, junto do grupo, ainda informou sobre a atitude da Uefs de abrir
uma investigação para analisar o incidente ocorrido.
“A reitoria
se pronunciou informando que abriu uma sindicância e estão aguardando o
resultado, porém nós estamos aqui juntos nesta mobilização, pois temos certeza
que eles estavam fazendo vista grossa com o caso. Só abriram a sindicância por
conta da manifestação”, contou.
Magno
Macambira, chefe de gabinete da reitoria da Uefs, afirmou em entrevista ao
Acorda Cidade que a universidade recebeu oficialmente a denúncia e que uma
equipe de investigação está examinando o acontecimento com suporte da
Procuradoria Geral do Estado.
“A posição da
reitoria é a posição de acolher qualquer tipo de queixa, qualquer tipo de
demonstração dos alunos e de toda a comunidade no sentido de acolher e
averiguar. A Universidade Estadual de Feira de Santana é completamente
contrária a qualquer tipo de ação insidiosa sobre discentes, docentes e
servidores de maneira geral. O trâmite é o trâmite da legalidade, assim que
recebemos a queixa formalizada via departamento, esta queixa foi encaminhada ao
núcleo de assessoria que dá todo o amparo jurídico, assim como todo tipo de
processo de queixa vindo de qualquer membro da nossa comunidade. A assessoria
jurídica orientou a abertura de uma comissão de sindicância, a comissão foi
sorteada na semana passada e essa semana a gente está encaminhando a portaria
para o Diário Oficial, para que o processo seja instaurado”, contou.
Em relação ao
processo de suspensão do professor acusado de ter cometido a importunação,
Magno explicou que ainda não pode tomar essa atitude. “O afastamento de
imediato não é indicado, a não ser que a gente consiga ali no processo inicial
da sindicância, encaminhando uma solicitação de afastamento e com o suporte da
Procuradoria Geral do Estado, mas qualquer atitude ali gerada sem este suporte,
prejudicaria o próprio pleito daquele que se percebe como vítima”, concluiu.