A família do vidraceiro Carlos Henrique Soares dos Santos fez um
protesto na manhã desta sexta-feira (9/6) cobrando justiça pela morte do homem
que foi baleado e morto no momento em que chegava em casa, no bairro da
Engomadeira, em Salvador.
A versão da polícia para a morte de Carlos Henrique é a de que ele foi
encontrado ferido após policiais militares trocarem tiros com criminosos.
Parentes da vítima, no entanto, disseram, que não houve confronto e que os
disparos foram feitos por agentes que perseguiam suspeitos.
Um dos familiares disse que antes de ser baleado, o vidraceiro ergueu as
mãos para mostrar aos policiais que não tinha arma e que era um morador do
bairro.
“É horrível, uma dor insuportável, nem dormi em casa, dormi na casa da minha
mãe. Cheguei em casa, vi as coisas dele, mas não o vi. É uma dor horrível e eu
não sei o que fazer. Eu fiquei sabendo [da morte] por uma amiga minha que me
ligou. Na hora eu não acreditei. A ficha ainda não caiu”, disse a mulher de
Carlos Henrique. Os dois não tiveram filhos e eram casados havia 10 anos.
“Meu irmão é uma pessoa muito íntegra e honesta. Sempre trabalhou e
nunca se misturou com nada de errado. Uma pessoa maravilhosa e querida por
todos do bairro todo, onde ele trabalhava. Somos uma família justa”, lamentou
uma irmã.
A Polícia Civil disse, por meio de nota, que “guias periciais e de
remoção [do corpo] foram expedidas” e que “as circunstâncias da morte serão
apuradas”. A Polícia Militar também informou a morte do vidraceiro por meio de
um comunicado. Confira o texto na íntegra:
Na tarde de quinta-feira (8), policiais da 23ª CIPM, em rondas pela
Engomadeira, ao passarem pela Rua Senhor do Bonfim, foram alvo de disparos de
arma de fogo. Houve o revide. Cessado o confronto, os agressores fugiram e,
posteriormente, foi encontrado um homem ferido. Ele foi socorrido pela
guarnição para uma unidade hospitalar, mas não resistiu.