O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite, afirmou, nesta
quinta-feira (25), em São Paulo, que a redução de impostos no setor, anunciada
pelo governo federal, está produzindo efeitos imediatos na cadeia de produção
automobilística. Ele disse que as montadoras já estão alterando planejamentos
para poder produzir mais.
“Nós tivemos notícias de três fábricas que
suspenderam lockdowns [paralisação dos trabalhos por falta de demanda] que
estavam previstos. O efeito [da redução dos impostos] é imediato [e isso
explica] a urgência dessas medidas”, disse, em entrevista, na sede da Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para ele, a queda de impostos poderá elevar a
produção do setor em cerca de 300 mil veículos por ano. Ele ressaltou, no
entanto, que as medidas ainda não foram anunciadas na sua integralidade.
“Essas medidas podem impactar o mercado entre 200
ou 300 mil unidades, mas depende, porque nós ainda não conhecemos todas as
regras. Mas não seria muito imaginar algo em torno de 200 mil a 300 mil
unidades dependendo de como vai ser essa composição que será anunciada”,
acentuou.
Leite garantiu que o corte de impostos não irá
causar diminuição na tecnologia empregada nos carros, assim como não haverá
redução na segurança dos veículos e no cuidado ambiental.
“Os itens de segurança obrigatórios, que foram uma
grande conquista para o consumidor e para a sociedade, eles estão mantidos. Não
há qualquer flexibilidade em relação à segurança veicular. Igualmente, não há
qualquer flexibilidade quanto à questão ambiental e há um estímulo em caráter
social em função do preço do veículo”, finalizou.