Vinte e cinco pessoas que trabalhavam na
colheita de café de uma fazenda em Encruzilhada,
no sudoeste da Bahia, foram resgatadas de trabalho similar ao de escravo por
auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego da Bahia (MTE - BA). O
resgate aconteceu na segunda-feira (22), mas só foi divulgado nesta quinta
(25).
Além
dos auditores, representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), da
Defensoria Pública da União (DPU), Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do
Estado, (SJDH) , Polícia Federal (PF) e Polícia Militar da Bahia participaram
da ação.
Na
quarta (24), o proprietário do local reconheceu a situação inadequada em que os
funcionários eram submetidos e pagou cerca de R$ 100 mil em parcelas
rescisórias. Outras medidas de punição foram tomadas pelo MTE.
Segundo o MTE, os funcionários não tinham
registro de trabalho e não passaram por exame admissional. Os pagamentos seriam
feitos apenas no final da colheita e as carteiras de trabalho estavam retidas
pelo responsável, motivo pelo qual os funcionários não podiam deixar o local.
Além
disso, os trabalhadores não usavam equipamentos de segurança, nem vestimentas
adequadas. Por causa do vestuário, pelo menos três deles apresentavam sintomas
de doenças quando foram resgatados, e por isso foram encaminhados para unidades
de saúde do município.
O
MTE detalhou que na área onde a colheita era feita, os funcionários faziam as
necessidades fisiológicas no chão. A água era transportada em vasilhames de
água sanitária reutilizadas, pois não havia fornecimento de recipientes
térmicos.
Também foi constatada a existência de um
estabelecimento que fazia "crédito" aos trabalhadores a preços
superiores aos do mercado. O MTE não detalhou se esse estabelecimento sofreu
algum tipo de punição dos órgãos envolvidos no resgate.
Alojamento precário
Como os funcionários eram de outros
municípios do interior da Bahia, eles ficavam em um alojamento na fazenda
durante o período de trabalho. Foram encontradas crianças e adolescentes
residindo com as famílias no local, que estavam em condições precárias de
higiene e conservação.
Além
do banheiro precário, com vaso sanitário quebrado, não havia número suficiente
de chuveiros, o que obrigava o compartilhamento do banheiros entre homens e
mulheres.
Fonte: G1 bahia


