Uma confusão foi registrada, na manhã desta quinta-feira (27/4), dentro
do Hospital Municipal Dr. Altino Lemos Santiago, em Formosa do Rio Preto, no
Oeste do estado. Tudo começou quando a família de uma idosa de 70 anos entrou
no necrotério da unidade médica e percebeu movimentos no corpo.
Houve comoção geral entre os parentes da paciente, que apontaram
negligência médica. Novos exames foram realizados e confirmaram a morte da
idosa, gerando ainda mais revolta entre os familiares. Vídeos que circulam nas
redes sociais mostram uma aglomeração no corredor do hospital. A Polícia
Militar foi acionada para conter a confusão e o diretor da unidade registrou
uma ocorrência na delegacia da cidade alegando danos materiais.
Em nota, a Polícia Civil informou que “populares invadiram o necrotério
do hospital e simularam um culto alegando que uma mulher, que foi constatado o
óbito anteriormente, estava viva. Novos exames foram realizados pela equipe
médica para comprovar o óbito e, a partir disso, os populares passaram a
depredar o local”. Ainda de acordo com a polícia, os envolvidos serão intimados
para prestar esclarecimentos.
A idosa foi internada na terça-feira (25) apresentando sintomas de
Acidente Vascular Cerebral (AVC). A Prefeitura da cidade informou que a
paciente era portadora de doença de Chagas, hipertensa e com histórico de
Cirurgia Exploratória Digestiva.
“Por se tratar de um caso de alta complexidade, o hospital solicitou
para Central de Regulação a transferência da paciente para o Hospital do Oeste,
a fim de que fosse realizada uma avaliação neurológica”, diz a nota.
Ainda de acordo com a Prefeitura de Formosa do Rio Preto, na noite de
quarta-feira (26) houve um agravamento do quadro da paciente e ela acabou falecendo
na manhã desta quinta-feira (27). O corpo da mulher foi encaminhado ao
necrotério do hospital. Segundo o município, os familiares acessaram o local de
forma indevida e relataram “observar contrações”.
“Imediatamente a equipe informou ser comum ocorrer contrações
involuntárias após a morte, pois, esse fenômeno pós-morte pode ser
caracterizado porque as células morrem gradativamente e assim, há contrações
involuntárias dos músculos. Mesmo assim, sem existir qualquer dúvida sobre o
óbito, a equipe médica a pedido da família realizou novos exames constatando o
mesmo resultado”, disse a prefeitura no posicionamento.
O município lamentou a morte da idosa e repudiou os atos de vandalismo
“que atingiram fisicamente profissionais e sobretudo, abalaram emocionalmente
os pacientes internados”.
A Procuradoria-Geral do Município foi acionada e informou que protocolou
as filmagens e outras provas junto à Polícia Civil.