Vereador Josué Oliveira | Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Na quinta-feira (23), o prefeito da cidade de São Gonçalo dos Campos
anunciou que a Prefeitura Municipal teve o orçamento da pasta da Cultura
reduzido em R$ 5 milhões, dificultando a contratação de artistas e a montagem
da estrutura para a realização do São João, e que por conta disse decidiu
cancelar os festejos juninos.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o presidente da Câmara Municipal de São
Gonçalo, Josué Oliveira, informou que o prefeito está tentando demonstrar uma
outra realidade e que a cidade está enfrentando problemas.
“O prefeito apresentou um orçamento no valor de R$ 147 milhões e dentro
desse orçamento ele apresentou R$9.600.000 para a cultura e também apresentou
80% de suplementação sem nem sequer ter usado 1% do orçamento o que causou
estranheza. A maioria dos vereadores entenderam que não haveria necessidade de
fazer uso de suplementação e aí reprovaram o pedido de 80% de suplementação.
80% de suplementação demonstra incompetência do prefeito em relação ao seu
orçamento. E é vergonhoso, porque é como se pedisse aos vereadores que
trancasse a Casa Legislativa e jogasse a chave fora”, declarou.
“Com isso, eu observei no orçamento e me causou estranheza, porque vi
R$5 mil para 12 meses de poço artesiano, sendo que ele tinha na cultura
R$9.600.000. Aí a gente observando, no ano passado, ele tinha R$12.600.000 no
total, em caixa, sendo R$12 milhões de verba livre. Pedi a ele através do
plenário que tivesse o cuidado no momento dos festejos, porque o município se
encontra em uma situação delicada. E ele já passa de dois anos de governo e não
fez quase nada no município”, continuou.
O presidente da Câmara informou que o município de São Gonçalo dos
Campos está enfrentando vários problemas, principalmente em relação à educação
e à saúde.
“A maioria dos colégios não foram reformados. Tanto é que ele pintou os
muros, como o do colégio João Durval, o muro foi pintado de verde, mas por
dentro ainda tá todo azul, que foi do outro governo. Demonstrando que não tem
feito nenhum tipo de reforma. Os servidores públicos estão sem o salário há
mais de três anos. Temos um bairro com o nome de São João Grande que as pessoas
estão completamente na lama”, revelou.
O vereador pontuou que desde o São João passado, a saúde ficou em um
estado delicado, faltando até medicamento no Centro de Referência de
Assistência Social (Cras).
Ele informou que os vereadores estão abertos ao diálogo para que haja
suplementação, mas não de 80%.
“Os comerciantes também reclamaram dizendo que ficaram no prejuízo por
conta da forma em que foi organizada a festa, o forró próximo à rodoviária
isolou os comerciários. O Festival de Inverno, em seguida, com 48 dias de
festa, fez da mesma forma causando um prejuízo para o comércio local e baseado
em tudo isso tivemos o cuidado de fazer uma emenda, uma retirada, entre nove
milhões e seiscentos. Tirei R$5 milhões e coloquei em três pastas importantes
ao município. Eu coloquei uma parte na saúde, a outra parte na educação e a
outra na segurança. Com isso, tem uma sobra significativa na cultura no valor
de R$4.600.000 que dava para ele fazer quantos festejos juninos ele quisesse. A
não ser que o prefeito me diga que ele gastou de janeiro para cá R$4.600.000,
porque a gente não viu nenhuma festa de grande porte para que ele fizesse uso
de todo esse dinheiro, mas estamos abertos. Caso o prefeito entenda que o dinheiro
é pouco e precisar de suplementação, ele vai nos dizer de onde é que precisa
tirar e como ele vai fazer o uso. E estamos aqui para aprovar, mas não 80% de
suplementação, porque isso é uma vergonha”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.