Atualmente com 41 anos, a mulher também contou os motivos de não ter
denunciado os casos quando aconteceram
Uma mulher revelou que foi estuprada três vezes entre os 6 e os 19 anos
por vizinhos, tio e patrão, no interior de São Paulo. Atualmente, com 41 anos,
a vítima também contou os motivos de não ter denunciado os casos quando
aconteceram.
Segundo a vítima, o primeiro abuso ocorreu aos 6 anos quando a família
dela se mudou para uma fazenda. Ela fez amizade com uma vizinha e gostava de brincar
de casinha e de boneca.
“Mas os outros irmãos dela começam a entrar no quarto também para ficar
com a gente. E eu lembro que eles já eram adultos e eles começaram com algumas
‘brincadeiras’. Falavam que iam brincar de médico com a gente, apagavam as
luzes. Aí eles começaram a tirar as nossas roupas e aí aconteciam os abusos.
Eles tampavam as nossas bocas, minha e da irmã deles, pediam pra gente ficar
quieta, que eles tiravam a mãos”, disse à EPTV.
Ela relatou que sofria ameaças depois dos abusos. “Nós ficávamos quietas
e sempre diziam, sempre ameaçavam que a gente não podia contar nada para
ninguém, porque senão algo de muito ruim ia acontecer com os nossos pais.”
O segundo abuso, cometido pelo tio, aconteceu em uma noite de Natal,
quando ela tinha 11 anos. “Meus pais tinham acabado de se separar, e a gente
sempre se reunia nos Natais, na casa da minha avó. Então, eu lembro que eu
estava muito triste por conta dos meus pais, e um tio meu chamou eu e meus
primos para a gente brincar. Aí, nós começamos a brincar de esconde-esconde, e
meu tio pegou um cobertor, se cobriu e falou: 'vem cá, esconde aqui'. Aí, ele
me colocou no colo dele e fez com que eu manipulasse o órgão [sexual] dele”,
relembrou.
O terceiro abuso aconteceu aos 19 anos e foi cometido pelo patrão. O
dono do escritório onde trabalhava pediu para ela começar a ir aos domingos
para lançar itens do estoque do computador. “Ele estava do meu lado falando:
‘eu vou te ajudar, vou te falar dos números, você vai digitando’. Ele começou a
colocar a mão no meio das minhas pernas, acariciar e oferecer ajuda. Ele
falava: 'eu sei que você precisa, eu posso te ajudar'. Mas eu nunca aceitei
nada além. E, assim que eu consegui outro emprego, eu pedi demissão e saí do
trabalho”, contou.
A vítima ainda explicou os motivos pelos quais nunca denunciou os casos.
Ela achava que ninguém ia acreditar nela. “Eu nunca denunciei porque, quando
era criança, tinha medo por causa dos meus pais, deles sofrerem alguma coisa.
Quando eu tinha 11 anos, eu não denunciei porque eu achava que ninguém
acreditar em mim. Quando eu tive 19, eu não denunciei porque era uma cidade
muito pequena. O dono do local tem posses, tem nome, então, assim seria difícil
alguém acreditar em mim”, explicou.