O corpo de uma adolescente de 14 anos foi encontrado em uma área de
mangue, perto da praça da igreja de Caraíva, distrito de Porto Seguro e um
famoso destino turístico do extremo sul da Bahia. Na ocasião, a região
enfrentava falta de eletricidade por conta das fortes chuvas que deixaram mais
de uma dezena de mortos.
O pai da adolescente Nayra Gatti, Sebastian Ricardo Gatti, afirmou ao
UOL que a família notou o desaparecimento da garota na quinta-feira (9/12) e
que fez buscas até o dia seguinte, quando ela foi encontrada morta, com sinais
de estrangulamento, em um mangue.
Segundo Sebastian, ele esteve com a filha numa ida a um mercadinho, no
final da tarde de quinta-feira (9). Além dos dois, outra filha dele, de 9 anos,
estava no local.
Naquele momento, a comunidade já estava sem energia desde o dia
anterior, diante das chuvas que atingem a região, e a situação do fornecimento
só foi restabelecida na sexta.
“Ela sumiu e eu pensei que ela tinha ido para casa. Quando voltamos para
casa, estávamos sem luz, porque estava um temporal grande. Ela [Nayra] não
estava e nós pensamos que ela estava na casa de uma família amiga. Com a chuva
e a falta de luz, não poderíamos fazer buscas e decidimos esperar pela manhã,
com a expectativa de que ela estava nessa casa da família amiga”, conta ele.
No entanto, no dia seguinte, Sebastian diz que foi até a casa dessa
família, mas não localizou a adolescente. Ele também afirma que chegou a
verificar se ela estava na casa de uma professora da ONG que Nayra frequenta,
mas também não a encontrou.
Segundo o pai, Nayra recebia atendimento psicológico nessa ONG. Então,
ele conta que mobilizou pessoas conhecidas para tentar encontrá-la.
“Aí que termina que acharam o corpo de minha filha, no mangue, a 150
metros da igreja”, lamenta o pai de Nayra, que mora há três anos no distrito.
A família vive na Aldeia Xandó, que também faz parte de Caraíva.
Sebastian trabalha fazendo serviços de jardinagem na região. Nayra estudava na
escola municipal da cidade.
Ao UOL, o delegado regional Moisés Damasceno afirmou que o caso ainda
está em investigação e que não pode divulgar informações para não atrapalhar a
apuração. Não foram indicadas linhas que a polícia segue, pistas, possível
motivação ou suspeitos do crime.
‘ASFIXIA, ESTRANGULAMENTO’
Segundo Sebastian, a declaração de óbito indica que a morte dela seria
por “asfixia, estrangulamento, sufocamento”.
“Eu estou esperando que a Justiça encontre o culpado. É uma pessoa que
não pode ficar à solta”, lamenta o pai de Nayra.
“Eu acho que o caso está em boas mãos. Estou vendo a mobilização e estou
agradecido pelo pessoal que está trabalhando no caso. Sei que a justiça está
trabalhando e acho que vai ter resultado”, concluiu ele, que vem recebendo
apoio nas redes sociais para que se solucione o crime.
FONTE: UOL